domingo, 10 de outubro de 2010

Teatro: Tomo Suas Mãos nas Minhas/ Sesc Tijuca

Dois grandes atores fazem jus à indicação de ambos para o prêmio Shell de teatro de "melhores atores": Roberto Bomtempo numa interpretação segura e experiente e Miriam Freeland, com graça, simplicidade e, sobretudo, suavidade, dão o tom intimista da peça de Carol Rocamora: "Tomo suas mãos nas minhas" no teatro Sesc Tijuca até 7 de novembro.
O início é inusitado e mal colocado ( Não sei se é sempre assim...), quando a atriz entra para calçar um sapato e Bomtempo olha para a platéia e diz um " Ainda não começou, viu gente?...", absolutamente desnecessário e quebrando o clima de envolvimento com a magia do teatro.
Deixa a impressão de que os atores teriam chegado atrasado e estavam a se vestir no palco...
Na verdade, a peça transcorre como se fosse uma leitura de poemas decorados...e, por isso mesmo, embora com um bom texto, se faz meio arrastada e sem grande empatia com o público.
No solilóquio final, sobra emoção na voz de Míriam Freeland para um texto que poderia ser mais emotivo.
Boa a direção de Leila Hipólito que com boa sensibilidade, dividiu o palco em setores imaginários que nos levam à diversas partes da Russia e da Europa...
Aliás, a tradução é também de Leila.
O cenário é simples e inteligente já que de fácil mobilidade.
A princípio, fiquei com pena dos dois atores empurrando vez por outra dois grandes armários de roupas sob rodas.
Poderia ter tido uma solução melhor...
Embora bom,o cenário não justifica a sua indicação para o prêmio Shell. A iluminação, sim!
Além do, por vezes, belo texto, ...os aplausos finais ficam por conta da maestria dos dois atores (realmente, muito bons!) e da boa direção da peça que, sinceramente, poderia ter feito algo com mals rítmo...Com paciência, vale a pena ver!

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